Edição De Quinta-Feira, 02 De Setembro De 1982, Página 5

Edição De Quinta-Feira, 02 De Setembro De 1982, Página 5 1

O XII Congresso do Partido Comunista Chinês separará, como paradoxo máxima, o poder deTeng e confirma assim como a sua retirada. O velho político (setenta e oito anos recém-completados) parece disposto a ceder suas responsabilidades dois homens cuja ascensão promoveu e canalizópara relegar pra Hua Kuo Feng, o mais fiel seguidor de Mao e também o homem determinante da des-maoización.

trata-Se de Zao Ziyang, atual primeiro-ministro, e de Hu Yaobanq, presidente do PartidoComunista e companheiro de bridge. Provavelmente, não poderá ser atribuído a uma única razão.Há que começar, claro está, na incertidum bre política. Todo procedimento eleitoral, mesmo em sociedades bem mais consolidadas democraticamente que a nossa, implica tensões e dilacio nes nos projetos de investimento. A atuação clá ssica do investidor diante de determinadas eleições é a deesperar a enxergar. Outra pergunta, que você deve se concentrar sem reticen cias nem escrúpulos absurdos, uma vez que se trata de um dado objectivo, é a escassa ou nula simpatíaque destacam nossos mercados de valores mobiliários pela possibilidade de uma vitória eleitoral socialista.

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nas últimas eleições gerais, que se fornece ban de acordo com as sondagens deopinión como muito acirradas, as Bolsas congratularam-se com a vitória de UCD com espetaculares, a despeito de efêmeras, subidas em susíndices gerais. Este fenômeno, por outro lado, é perfeitamente assimilável a qualquer Bolsa europeia. Em nossa posição, a explicação verdadeira de fundo—e, com isto, de acordo com uma lenda, o princípio— é o estado atual e as expectativas da economíaespañola.

Sem despencar no catastrofismo, há que reconhecer que a nossa circunstância é muito deli cada. O desemprego, a despeito de observe fracos sinais de declínio, permanece em cotas —entre quatrorze e el15 por cento da população activa— socialmente inaceitáveis. A inflação, que no decorrer do últimobienio se ia aproximando da média da OCDE, fornece mostras de disparar de novo.

O défice pré supuestario exceder este ano o bilhão de pe cogumelos. Em suma, uma circunstância que não permiterespuestas milagrosas, seja ele quem for, o que se erga com a vitória no próximo dia 28 de outubro. To 2 dos espanhóis temos, no entanto, o direito asaber as informações concretos de que os programas dos partidos políticos, pra além dos tradicionais declarações de princípios, em que todo o mundo está de acordo.

Precisamente po delicadeza da situação. D ON Ernesto Giménez Caballero, nos anos da ditadura de Primo, ou talvez o interregno do general Berenguer, publicou um livro com este tÍtulo: “Os touros, as castanholas e laVirgen.. Há séculos que o li, e um ex – piar tem que estar por algum canto cessa.Era uma localização espiritual nacionalista: necionalista “espanhola”. Me veio a memória, há insuficiente, no momento em que releía o panfleto que Frederico Nietzsche descarregou contra teu ex-amigo, o compositor Ricardo Wagner. São coisas queocurren: grandes amores se transformam em grandes edios. Não imagino por que, porém o caso é que Nietzsche, em um princípio entusiesta de Wagner, negou depois o pão e elagua.

Estas coisas acontecem. Toda a filosofia ocidental se baseia nas noticies de Diógenes Laércio, e esse senhor, a potência de anedotas curiosas, estabelece um pedestalmuy Ilustrativo. No ramo das “cem faces” —os modernos, visto que não hayotras—, isto é indiferente. A bioquímica. por exemplo, funciona independentemente dos problemas conjugais de seus personagens.As filosofias, não.

Como não a poesia lírica. “cienciassociales’, que costumam ser muito •socieles’, no entanto pouco “ciências”. E o Giménez Ca ballero me levou a Nietzsche. Confesso: e de mim, Nietzsche me haceestornudar. É coisa que não me ocorre com qualquer outra leitura, e acho que se, no momento em que consulte a meu médico, me loatribuyan ao sofrido buquê de alergias. E entre ele e o espirro, alegóricosmás que nada, deparei com aquela declara ção esplêndida do filósofo. Como o livro de que eu tenho está em francês, francês transcribiré lhe frase.

Após ter suportado 20 audições da ópera”Carmen” de Bizet, Nietzsche afirmava que. “O Mal é que um filósofo aponte pra Wagner; peorsi faz com Bizet, e, mais particularmente, com o Bizet de touros de ‘Carmen’. Nunca se do defensor Wagner. Nunca me foi bría se verificado sê-lo os pasodobles franco-espanhóis de ‘Carmen’, é claro. E minhas preferências, não contam.